featured-image
Blog / SEO /

Saiba por que não se deve comprar links em SEO e o que fazer para conquistá-los do jeito certo

Saiba por que não se deve comprar links em SEO e o que fazer para conquistá-los do jeito certo

clock icon

Tempo de leitura: 10 min

21 de Novembro de 2023 | 10:30


Um dos principais fatores de ranqueamento do Google é a presença de links de entrada, ou backlinks, em um site.

O algoritmo do buscador entende que, se várias páginas na web estão linkando para um site ou conteúdo específico (e estas são realmente ligadas ao tema), ele deve ser de qualidade, ou útil, ou representar uma autoridade naquele assunto, merecendo figurar em destaque nas páginas de resultados de buscas.

Mas é difícil obter links externos, por maior que seja a qualidade dos conteúdos que você faz. O motivo é simples: a concorrência é imensa.

Enquanto escrevo este post, às 11h40 de uma manhã de segunda-feira, mais de 4,5 milhões de blog posts já foram postados – apenas hoje! – e mais de 4,6 bilhões de buscas já foram feitas no Google, segundo o site Worldometers.

Por isso, embora a prática seja absolutamente condenada pelo Google, algumas pessoas apelam para a compra de links.

Neste artigo, vou mostrar como funciona essa compra de links em SEO e por que ela deve ser evitada a todo custo, sob risco de seu site sofrer penalizações bem graves.

Como funciona a compra de links em SEO?

A compra de links funciona, basicamente, assim: o dono de um site paga (ou oferece algum benefício) para que outro site, que possui autoridade reconhecida, coloque links para a sua página, transferindo parte de sua reputação (o link juice) para a página de destino.

Há inclusive agências especializadas nesta prática de compra de link e link farm – que é quando os sites linkam entre si, como num escambo, sem envolver dinheiro ou compra, mas ainda com o objetivo de tentar manipular o Google.

O Google chama a prática de comprar links – dentre outras – de “spam por links”. 

Em seu documento oficial chamado “Políticas de spam para a Pesquisa Google na Web”, a empresa dedicou um tópico inteiro ao assunto. Veja o que diz:

“O Google usa os links como um fator importante para determinar a relevância das páginas da Web. Qualquer link criado para manipular as classificações nos resultados da Pesquisa Google pode ser considerado spam.”

O documento cita 10 práticas de spam por links. E adivinha qual é a primeira delas? Adivinhou certo: a primeiríssima das práticas condenadas pelo Google, em sua lista de exemplos, é justamente a compra de links.

Esta é a definição do Google:

“Comprar ou vender links para fins de classificação. Isso inclui o seguinte:

  • Pagar por links ou postagens que contêm links;
  • Trocar bens ou serviços por links;
  • Enviar um produto a um usuário em troca de uma avaliação por escrito com um link”.

Quanto custa um link em SEO?

A imagem mostra um link e dois sinais de cifrão ao seu lado, representando a compra de links em SEO.

Além de ser uma prática nada recomendável, a compra de links ainda é cara.

Fizemos uma consulta em três agências brasileiras que se apresentam como especializadas em compras de backlinks.

Uma delas diz que cobra R$ 1 mil por mês de clientes menores, mas chega a R$ 50 mil mensais de grandes clientes.

As outras duas trabalham com “pacotes”, que variam de acordo com a qualidade de backlinks: de R$ 900 (cinco backlink) e R$ 8 mil (por 15), no caso de uma delas; e de R$ 2.200 (até 10 URLs) a R$ 7.500 (por 40), na outra.

Já ouviu a expressão “o barato que sai caro”? Nesse caso é “o caro que sai caro”, mesmo. No próximo tópico explico por quê.

A compra de links é passível de punição?

Vamos responder de forma bem objetiva: SIM!

Compra de links é uma das práticas de black hat mais apontadas por quem estuda SEO.

Não sabe o que é black hat? É a prática voltada para tentar enganar ou manipular o Google, buscando galgar as melhores posições em seus resultados de buscas.

Minha colega Tati Barros fez um artigo bem didático explicando o que é black hat SEO e listando os principais exemplos – entre eles, a compra de links. Recomendo a leitura! 

Mas vou reproduzir um trechinho do artigo dela, que está muito bom:

“Além de serem consideradas eticamente questionáveis, essas práticas podem gerar punições do Google, que prejudicam seriamente o seu site. 

Veja bem: de imediato, essas estratégias podem até gerar o resultado esperado e conseguir boas posições rapidamente. No entanto, o Google conta com mecanismos que identificam quando alguém está tentando enganá-lo. E isso quase nunca acaba bem.

Mas os motivos para não usar o Black Hat vão além: o foco de qualquer estratégia de marketing digital deve ser o usuário. 

É por meio de uma boa experiência e de conteúdos relevantes que ele deve ser conduzido ao longo da jornada de compra. E o Black Hat ignora tudo isso, sendo apenas algo que traz resultado a curto prazo.”

Por que não se deve comprar links em SEO?

Como a Tati bem colocou, não se deve comprar links principalmente por 3 motivos:

  1. é uma prática eticamente questionável;
  2. é uma prática que visa só o resultado de curto prazo, ignorando as necessidades reais do usuário/público/persona que seu site quer atrair e agradar;
  3. é uma prática passível de punições pelo Google, que detesta manipuladores.

Entre as punições, estão desde uma queda de 30 posições no ranking do Google, até o banimento completo de um site na ferramenta de busca, o que pode destruir tanto a reputação de um site quanto o tráfego orgânico que ele estava batalhando para conquistar.

Será que vale a pena colocar todo um trabalho a perder por causa de uma solução apresentada como “fácil e rápida”?

De novo: é o caro que sai caro…

O Google é capaz de detectar quando um link é comprado?

Sim, o Google detecta links comprados.

Pode até não acontecer de imediato, tanto que essa prática ainda existe justamente porque alguns conseguem lucrar (por um tempo) com ela. Mas, quando acontece, a punição pode ser rigorosa, como já vimos.

Diego Ivo, CEO da Conversion, agência especializada em SEO, fez um artigo em 2022 em que apontou os 3 principais caminhos usados pelo Google para detectar esse tipo de prática black hat:

  1. A primeira é que para toda compra há um registro, seja no email ou em sistemas de mensagem instantânea.
  2. A segunda: sites que vendem links para você vendem também para uma porção de outros sites, e o algoritmo do Google pode detectar um padrão anormal de links parecidos em sites diversos.
  3. A terceira é que, ao comprar links, um site pode viver um pico de backlinks, como consequência até esperada, e isso também é facilmente detectado como algo fora do padrão pelo Google.

Mas o próprio Google já falou em diversas ocasiões a esse respeito. Em 2021, por exemplo, quando divulgou uma atualização do seu algoritmo especificamente voltada para combater os spams por link – como a compra dos backlinks.

Na época, o Google disse que “a atualização desse algoritmo (...) é ainda mais eficaz para identificar e anular o spam por links de maneira mais ampla e em vários idiomas”.

Em abril de 2022, o Google voltou a falar sobre essa atualização, que ele disse ter sido feita para “identificar amplamente links artificiais e evitar que eles afetem a qualidade das pesquisas”.

Ao fazer um balanço sobre seu trabalho no combate aos spams em 2021, o Google disse: 

“Tivemos um ótimo progresso em várias áreas além do spam tradicional na web, especialmente na luta contra o spam por links, golpes e assédio on-line. Os links ainda são muito importantes para a descoberta e classificação dos resultados, e tivemos muito progresso em 2021 para proteger esse indicador.”

Para ajudar nessa detecção e no combate aos spams, inclusive os via links, o Google usa a inteligência artificial, por meio do seu sistema de prevenção chamado SpamBrain

“Com um volume crescente de spam sofisticado sendo produzido diariamente, a capacidade do SpamBrain de identificar comportamentos nocivos e maliciosos em bilhões de páginas da Web nos permitiu manter mais de 99% das pesquisas livres de spam”, escreveu o Google em seu relatório.

Ou seja, voltando à pergunta deste tópico: sim, o Google possui inteligência capaz de detectar quando um link é comprado. E não só isso, mas também várias outras práticas que violam seus termos de uso.

O que fazer então para conquistar links de forma legal?

A imagem mostra um gráfico em crescimento exponencial.

Como garantir linkagens para seu site que não venham a ser punidas pelo Google, então?

Vou deixar o próprio Google responder, com uma frase que está naquele documento de 2021 e que faz sentido mesmo hoje, nesta “era do ChatGPT”, e provavelmente ainda fará sentido por muitos anos:

“É melhor focar a produção de conteúdo de alta qualidade e a otimização da experiência do usuário em vez de manipular links.”

Meu colega Lucas Amaral dedicou um artigo inteirinho às dicas para conquistar backlinks. Recomendo a leitura na íntegra.

Lá, ele cita as principais estratégias:

  1. Marketing de Conteúdo
  2. Materiais ricos
  3. Link Building
  4. Guest posts
  5. Relações Públicas Digitais
  6. Entrevistas

Veja, a seguir, como funcionam cada uma delas:

1. Marketing de Conteúdo

É o que o Google já adiantou na citação que reproduzi há pouco. “Produção de conteúdo de alta qualidade” é essencial para aquisição de links.

Como diz o Lucas: 

“Quando os administradores de outros sites enxergam valor no conteúdo criado, existe a possibilidade de referenciação natural.” 

2. Materiais ricos

Também é uma estratégia do marketing de conteúdo, mas que vale menção especial por sua maior complexidade e por funcionarem como iscas de links.

Aí se incluem ebooks, quizzes e ferramentas, por exemplo.

3. Link Building

É uma técnica mais braçal, digamos assim, de buscar a inserção de links. Trata-se de verificar oportunidades de inserção de links em páginas de autoridade reconhecida e entrar em contato com o administrador daquela página perguntando se ele não teria interesse em fazer a linkagem.

Por exemplo, se um portal entrevistou uma chef de cozinha para pegar dicas de receitas para a Páscoa, quem cuida do blog desta chef pode procurar o portal para perguntar se ele toparia linkar para a página dela.

4. Guest posts

Nesse caso, uma pessoa é convidada para escrever um post em um blog que não é dela, e tem a oportunidade de inserir lá um link para sua própria página, que serve como caminho para quem quiser conhecer melhor seu trabalho.

5. Relações públicas digitais

É o relacionamento com a imprensa, por meio de envio de releases, por exemplo, que podem render uma oportunidade de uma reportagem que cite seu negócio e até resolva linkar para ele.

6. Entrevistas

Quando um expert em algum assunto é entrevistado para tratar de algum tema em algum site ou blog, isso gera autoridade de duas formas: 

  • para o especialista em questão, que pode ganhar um link para a página dele
  • e o especialista pode compartilhar a entrevista que ele deu em suas páginas e redes sociais, ajudando a conferir autoridade ao site que o entrevistou.

Ou seja: trabalhemos, pessoal! Trabalhemos para oferecer respostas verdadeiramente boas aos nossos leitores e ajudá-los a encontrarem outras referências importantes na web. Sem manipulação ou qualquer outra prática escusa. 

Gostou desta discussão sobre links? Agora não deixe de ler o artigo sobre uma possível perda de relevância dos links para ranqueamento dos sites. É outro longo debate, muito relacionado a este, também muito atual e importante!

ARTIGOS RELACIONADOS

NEWSLETTER

Cadastre-se para receber tendências e análises sobre as melhores práticas de marketing digital

Últimos Posts