Começo este post com uma pergunta: quando você vê um texto como este que está lendo agora e percebe que ele é muito longo, com poucas imagens, você chega até o final?
Provavelmente sua resposta é “depende”. Depende da qualidade do texto e das informações, depende se ele está respondendo ao que você quer saber, certo?
OK, mas se esse texto possui um infográfico, que vai explicar sobre o tema tim-tim por tim-tim, de forma bem resumida, com imagens e gráficos, você vai querer ver esse infográfico antes de ir embora?
A resposta agora, muito provavelmente, é “sim”. E a gente sabe disso tanto pela experiência empírica quanto pelos dados, que mostram que conteúdos que possuem infográficos têm um engajamento bem maior do que aqueles que não têm.
Neste artigo vamos mostrar por que isso acontece e – melhor de tudo! – como você pode criar os melhores infográficos para ilustrar as suas páginas.
O que é um infográfico?
Infográfico é uma forma de transmitir uma mensagem, informação, dado ou estatística com uso de linguagem visual que facilite o entendimento pelo leitor/observador.
Além de facilitar o entendimento, simplificando coisas complexas de forma concisa e inteligente, ele deve também ser visualmente atraente.
A ideia por trás do infográfico – e arrisco dizer de todo o design – é tornar a experiência do usuário melhor, tanto em forma quanto em conteúdo. “Mastigar” para um leitor informações ou dados que são mais difíceis de digerir.
Sabe quando a gente brinca com alguém que está custando a entender um assunto, e faz a pergunta: “Quer que desenhe?” O infográfico é um jeito de “desenhar” – literalmente ou não – uma informação para que o máximo possível de pessoas possam entendê-la com clareza.
O conceito de infográfico dado pelo pesquisador Ary Moraes em seu livro “Infografia: história e projeto” (2013) vai nessa linha, quando ele diz que “a infografia é a arte de tornar claro aquilo que é complexo”.
O termo infográfico vem do inglês “informational graphics”, o que demonstra que trata-se de um formato que mistura texto e imagem, de forma clara, equilibrada e inteligente, “a fim de transmitir uma mensagem visualmente atraente para o leitor, mas com contundência de informação”, nas palavras de Cristiane Machado Módolo, no artigo “Infográficos: características, conceitos e princípios básicos” (2007).
O Dicionário de Oxford traz a seguinte definição para a palavra:
“[...] apresentação de informações com preponderância de elementos gráfico-visuais (fotografia, desenho, diagrama estatístico etc.) integrados em textos sintéticos e dados numéricos, geralmente utilizada em jornalismo como complemento ou síntese ilustrativa de uma notícia.”
Realmente, os infográficos foram originalmente usados no universo jornalístico, como complemento das reportagens, para ajudar os leitores a compreenderem melhor o assunto em pauta.
Mas hoje eles estão presentes em vários outros meios e formas de comunicação – inclusive no marketing.
Como os infográficos são utilizados no marketing?
Os infográficos são utilizados em literalmente todos os formatos de conteúdos distribuídos no marketing – tanto no tradicional, em comerciais de televisão e anúncios de revista, por exemplo, quanto no marketing de conteúdo digital, que oferece conteúdos de qualidade em forma de blog posts, newsletters, posts de redes sociais, vídeos no YouTube etc.
Como são usados? Para complementar informações ou dados e transmiti-los de forma clara, atraente e interessante para o público-alvo.
E por que o uso de infográficos funciona tão bem no marketing (assim como no jornalismo, na educação e em outros campos)?
Aqui vale compartilhar alguns dados muito interessantes que foram divulgados pela companhia britânica NeoMam – em forma de infográfico – que ela retirou de diversos estudos científicos que cita como referência ao final.
Vale a pena acessar na íntegra, mas a seguir trago um resumo do principal:
- O uso de informação visual cresceu 400% na literatura desde 1990, 9.900% na internet desde 2007 e 142% nos jornais entre 1985 e 1994.
- Quase 50% do nosso cérebro está envolvido em processamento de imagens.
- Conseguimos captar uma cena visual em menos de 0,1 segundo.
- Levamos apenas 150 milésimos de segundo para processar um símbolo.
- O uso de cores aumenta a vontade de ler um texto em 80%.
- Enquanto a taxa de compreensão de rótulos fica em 70% quando há apenas textos, ela sobe para 95% quando há textos e imagens.
- Pessoas seguem instruções 323% melhor quando há ilustrações complementando os textos.
- Um estudo mostrou que, enquanto 50% de um público se sentiu persuadido depois de uma apresentação totalmente oral, o percentual subiu para 67% quando há apresentações com imagens.
- As pessoas se lembram de apenas 10% do que só ouvem, 20% do que só leem e 80% do que veem e fazem.
Enfim, são dados que mostram como nosso cérebro processa melhor as imagens do que os textos ou sons, se lembram melhor de comunicação visual e se engajam melhor com ela.
O marketing, obviamente, se beneficia muito disso, e usa infográficos dentro de blog posts, nas redes sociais e em vários outros canais.
Infográficos bem feitos podem ser inclusive oferecidos como materiais ricos para converter visitantes em leads.
Uma pessoa do setor de agronegócio, por exemplo, pode se interessar em deixar um email em troca de um único infográfico bastante completo com dados sobre o setor. Talvez o interesse seja ainda maior do que em ler um ebook enorme, que demanda muito mais tempo.
Afinal, como já dissemos, os infográficos são especialistas em transmitir conhecimento de forma simples, eficaz e levando muito menos tempo do que os textos corridos.
Quais são os tipos de infográficos?
O artigo “Infográficos: do conceito à aplicação no ensino”, dos pesquisadores Arleide Maia Pinheiro, Bruno da Silva Andrade, Pedro José Seixas dos Santos e Ranyelle Lopes Barros, publicado na Revista de Estudos e Pesquisas sobre Ensino Tecnológico em 2020, aponta nove formatos e tipos de infográficos, que reproduzo a seguir:
- Infográficos estatísticos: correspondem ao agrupamento de dados numéricos;
- Infográficos informativos: apresentam uma visão geral do assunto e de forma resumida;
- Cronograma: destaca datas importantes e síntese dos eventos;
- Processo: fornece uma visão geral das etapas de um processo;
- Geográfico: dados de localização, demográficos, utiliza-se em gráficos de mapas;
- Comparação: podendo ser de forma parcial ou várias opções;
- Hierárquico: organização de maior ou menor grau;
- Lista: apresenta de forma direta e enumera pontos principais dos conteúdos;
- Modelo de currículos: ideal para publicar em site de portfólio e e-mail.
Vale lembrar ainda que, no universo digital, tem sido muito comum também o uso de infográficos interativos, em que o leitor navega nas setas e ícones, clica em vídeos, enfim, experimenta as diversas opções de engajamento presentes na página de arte.
Como criar infográficos de sucesso?
Antes de qualquer coisa, ao montar o infográfico, tenha em mente a identidade visual da marca e sempre pense no público que você quer atingir. É um público especializado? Leigo? Técnico? Até a linguagem usada deve levar isso em conta.
Os infográficos devem ser bem planejados e baseados em dados bem apurados, de fontes confiáveis, para efetivamente cumprirem sua função de informar e esclarecer.
Além disso, eles devem ter um visual bonito, com uso equilibrado de cores e imagens e uma concentração de texto que não comprometa o entendimento final.
Não basta pegar um texto imenso e diagramá-lo de um jeito bonito e colorido, cheio de imagens. Um infográfico deve saber condensar aquele texto de forma inteligente, resumida, concisa, que responda às principais perguntas dos leitores, sem necessidade de que ele perca o mesmo tempo para ler que perderia sem o infográfico.
É importante fazer uso de elementos gráficos, como ícones, por exemplo, que facilitem ainda mais a compreensão.
Ao escolher um gráfico, é importante pensar qual o melhor modelo para traduzir, da forma mais clara possível, aquilo que o infográfico quer “desenhar” ao leitor. Existem gráficos de barras, linhas, pizzas, e cada um deles atende a determinados objetivos.
- Por exemplo, o gráfico em barra ou coluna compara quantidades dentro de um determinado período.
- Já o gráfico em linha é ideal para mostrar uma variação de algo ao longo de um período; uma evolução.
- O gráfico de pizza trabalha com o conceito de proporcionalidade, mostrando os percentuais de determinadas partes de um todo, que deve representar 100%.
Os títulos, subtítulos, intertítulos e legendas devem ser pensados de forma a resumir e agregar valor ao resultado final.
Por fim, é sempre interessante colocar a fonte das informações em algum lugar do infográfico (geralmente no fim), para quem quiser consultar. Por exemplo, se for um infográfico com dados sobre a população brasileira, pode-se colocar no pé que a fonte usada foi o IBGE.
Em resumo, estes são os passos para montar um infográfico de sucesso:
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Pense sempre no público-alvo ou persona
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Tenha em mente a identidade visual da marca
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Planeje bastante qual a mensagem que você quer passar
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Todos os dados usados no infográfico devem se basear em uma fonte confiável
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O texto deve ser conciso, claro e objetivo
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A parte visual deve ser equilibrada e atraente, tornando a experiência final do infográfico o mais útil e interessante possível
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Cuidado na escolha de ícones e gráficos, eles devem ser funcionais
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Atenção especial aos títulos, subtítulos e legendas, que são os textos mais lidos
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Coloque a fonte das informações no final.
E não se esqueça do mais importante: o objetivo do seu infográfico é facilitar a compreensão do leitor.
“Infográficos têm por objetivo transformar informações complexas em leituras simples e encantadoras. Dentro do vasto oceano criativo, os mais eficazes, normalmente, são aqueles que possuem um bom storytelling e/ou que fazem analogias próximas ao nosso cotidiano, tornando-os de fácil entendimento”, diz Sergio Siriguti, head de design da Prosperidade Conteúdos.
O planejamento e execução de infográficos está entre os vários serviços oferecidos pela Prosperidade Conteúdos, que tem uma equipe de design e de jornalismo de primeira; saiba mais!