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Inteligência artificial nos buscadores traz novo panorama às pesquisas

Inteligência artificial nos buscadores traz novo panorama às pesquisas

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Tempo de leitura: 5 min

07 de Julho de 2023 | 00:35

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Escrito por: Lucas Amaral

 


As ferramentas de IA de Google, Bing e ChatGPT têm sido alvo de elogios e algumas polêmicas nos últimos tempos. Embora as duas primeiras sejam consideradas motores de pesquisa e a terceira, um chatbot, todas têm algo em comum: o objetivo de solucionar os problemas do usuário na internet. 

Atualmente, são as principais responsáveis por trazer ao alcance do internauta as novas tecnologias de inteligência artificial generativa, anteriormente restrita a cientistas e desenvolvedores.

Mas, mais do que entregar respostas em linguagem natural, elas representam uma nova era para as buscas na web, ao modificar permanentemente as mecânicas de SEO (otimização para mecanismos de busca) e criação de conteúdo, duas das principais estratégias de marketing digital.

É exatamente sobre a relação entre essas ferramentas, o panorama de pesquisa, a entrega de resultados na esfera online (atual e futura) e a mudança de hábitos do usuário que falaremos a seguir. 

Antes, vamos conhecer as aplicações que compõem esse novo ecossistema 

Há muito tempo, os mecanismos de buscas funcionam como principal recurso para procura de respostas na internet. Em suma, elas varrem a web em busca de páginas que correspondam à dúvida manifestada pelo usuário a partir de um termo digitado na barra de pesquisa. 

A seguir, entregam links em ordem de importância, definida por critérios algorítmicos complexos, conhecidos como fatores de ranqueamento. Ao clicar em um deles, o usuário é redirecionado a uma página, na qual espera encontrar a resposta à solicitação. 

Essa mecânica vem mudando abruptamente desde novembro de 2022, quando se tornou acessível ao público uma nova ferramenta de busca, o ChatGPT. Assim como nos buscadores, nela, o usuário realiza uma solicitação (prompt) e recebe uma resposta (output).

Contudo, apresentava um sistema distinto: a inteligência artificial generativa. Isso quer dizer que, em vez de entregar links para páginas, oferece respostas diretas e extremamente específicas para a solicitação. 

O processo de varredura da internet ainda existe nessa lógica. Porém, é capaz de sintetizar informações de bilhões de páginas, agregando-as, reformulando-as, enriquecendo-as e levando ao solicitante um conteúdo criado artificialmente em uma questão de segundos.

Logo, procedimentos semelhantes foram incorporados a algumas ferramentas já conhecidas. A seguir, vamos conhecer quais são os players que compõem essa equação. 

No entanto, esse processo não é um mar de rosas. Muitas vezes a ferramenta de IA traz informações erradas ou que não fazem muito sentido. E isso é uma das grandes preocupações de especialistas de diversos países: o poder que essas IAs podem ter também de desinformar.

ChatGPT

O ChatGPT é a já referenciada ferramenta que chegou ao público em 2022. Criada pela OpenAI, utiliza a web como banco de dados para gerar respostas. 

Bing Copilot

O buscador da Microsoft estava perdendo (por muito) a batalha dos mecanismos de busca – não que esse cenário tenha mudado, mas a empresa pode ter aberto um oceano de oportunidades ao sair na frente e realizar um aporte bilionário no ChatGPT. Poucos meses após o lançamento da ferramenta, incorporou-a ao próprio buscador, levando aos usuários o Bing Copilot.  

Google Bard

Predominante no mercado há décadas, o Google se sentiu pressionado com a nova funcionalidade do Bing e, pouco tempo depois, anunciou a própria tecnologia de IA generativa. 

O Google Bard foi lançado e, posteriormente, incorporado ao buscador original em mais de 180 países – até a data de publicação deste texto, o Brasil ainda estava fora desse grupo.

É possível traçar uma linha cronológica que tem como ponto de partida o lançamento do ChatGPT. Ou seja, a cada novidade no mercado, é gerada uma reação que se perpetua. Nessa “guerra fria” dos buscadores, frequentemente há novos participantes, de startups revolucionárias, como o AutoGPT, a corporações tradicionais, como a Apple. 

O que essas tecnologias representam para a dinâmica das buscas?Exemplo de diferenças da busca conversacional e a busca tradicional.

Por trás da disputa entre big techs e soluções inovadoras, há um componente diretamente afetado por essa reinvenção das buscas: o usuário. Como consequência, muda também a maneira como se faz marketing na internet. 

Busca conversacional

A primeira grande mudança ocorre a partir da metodologia da busca. Antes, para fazer uma pesquisa, o usuário precisava acessar a página do mecanismo de busca, digitar a solicitação na barra de pesquisa e, a seguir, escolher um dos muitos resultados listados para o clique.

Caso quisesse reformular a dúvida ou realizar uma nova pesquisa relacionada, era necessário recomeçar o processo ou clicar em algumas das sugestões geradas na própria página de resultados.

Ou seja, os passos da busca partiam do zero a cada nova solicitação, em uma lógica como a descrita a seguir: 

  1. O que é um cachorro?
  2. Quanto custa um cachorro?
  3. Quais são as principais raças de cachorro?

As ferramentas de inteligência artificial, por sua vez, proporcionam uma inteligência conversacional contínua. Ou seja, o histórico é considerado para determinar a intenção da busca. Assim, não é preciso reafirmar o tópico em questão, já que a busca é influenciada pela etapa anterior. 

  1. O que é um cachorro?
  2. Quanto custa?
  3. Quais são as principais raças?

Nesse exemplo simples, não é necessário reutilizar o termo “cachorro” para dar continuidade ao processo. Isso representa não apenas uma redução do ciclo de pesquisa, mas também uma melhor capacidade de interpretação da solicitação por parte dos mecanismos. 

Aceleração de resposta

Nos mecanismos tradicionais, os links os guiavam para novas páginas, nas quais o usuário era responsável pela identificação do trecho que correspondia à dúvida. 

As ferramentas alimentadas por inteligência artificial permitem que o usuário receba as respostas de maneira imediata. Ou seja, filtra e entrega as informações solicitadas. 

Paradoxo do conteúdo

Outra área essencial do SEO que foi impactada pela IA generativa é o conteúdo. Não poderia ser diferente. Afinal, tais ferramentas produzem materiais em velocidade quase instantânea. Atualmente, muitas empresas, como Associated Press, Forbes e Amazon, já as utilizam para acelerar processos de produção de textos. 

O que nos leva à relação paradoxal entre a necessidade de produção de conteúdo inédito para alimentar os bancos de dados e a produção automatizada. 

É preciso lembrar que, por mais eficientes que sejam, as IAs generativas dependem do conteúdo produzido por humanos para gerar novas peças. 

Com a expansão do mercado, a retroalimentação das IAs e a cada vez mais rara produção de materiais autorais, é possível que ocorra a estagnação das informações, iniciando um ciclo infindável de produção de conteúdo reciclado. 

Afinal, o que essas mudanças representam para o marketing?

É preciso lembrar que o conteúdo é uma das mais poderosas ferramentas de marketing da atualidade. Isso só ocorre devido à utilização do SEO como ferramenta para atração de visitantes. 

Essa dinâmica ocorre por meio de links. Quando o usuário não mais necessita clicar para obter respostas, por que as empresas criariam conteúdo?

A verdade é que ainda é cedo para compreender todas as consequências e mudanças que Google, Bing e ChatGPT gerarão na esfera digital. Porém é possível identificar algumas tendências. 

Em um mundo em que a criação de peças é acessível a todos, o conteúdo autoral, especializado e baseado em dados, torna-se um diferencial. 

Ter produção material inédito, de qualidade, aliada a hubs de conteúdo robustos, inovadores e enriquecidos por opinião, informação e pesquisa atrairão audiências recorrentes. As pessoas retornarão às páginas diretamente, talvez fazendo cada vez menos uso de buscadores, no que conhecemos como tráfego direto.

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