“Será que é coerente pensarmos em algo externo, falarmos sobre a maternidade, se hoje temos apenas duas mães no time da Prosperidade?”
Foi a partir de uma conversa despretensiosa sobre o calendário de ações de RH que a primeira campanha institucional da Prosperidade Conteúdos foi criada.
E eu, como mãe e sócia da agência, estou aqui para contar um pouquinho sobre a construção desta campanha e discutir sobre os caminhos que atravessam assuntos da maternidade, como mulheres e mercado de trabalho, equidade de gênero e a parentalidade.
Abrir o diálogo é urgente.
E, respondendo à pergunta que abre este texto: este é, sim, um assunto para todos!
Minha relação com o fato de ser mulher e mãe se contrapõe em alguns aspectos.
Honro esta missão de cuidar dos meus filhos, mas me revolto quando olho as estatísticas que fazem com que as mulheres tenham, de modo geral, além de dupla jornada, uma necessidade muito superior de provar “serem capazes.”
Refleti sobre isso, noutro dia, ao assistir a este vídeo da Gabriela Prioli, que abordava o livro “The Authority Gap” – ou A Lacuna da Autoridade –, escrito pela jornalista britânica Mary Ann Sieghart. Nele, encontramos estudos e dados sobre o fenômeno de menosprezo e descrédito das mulheres em diversos setores.
Só para contextualizar o que este assunto tem a ver com mães e mercado de trabalho, uma das pesquisas às cegas retratadas no livro conta que foram distribuídos dois currículos idênticos a professores universitários que deveriam selecionar um novo pesquisador.
Metade dos professores recebeu o currículo como sendo de uma mulher, enquanto a outra metade recebeu como sendo de um homem. O mesmíssimo currículo. Quem vocês acham que recebeu mais convites para a entrevista? Sim, os homens. O m e s m í s s i m o currículo.
Além disso, homens sempre recebem sugestões de salários mais altos que as mulheres.
A ideia de que o homem é naturalmente mais competente que as mulheres foi inserida em nossas cabeças desde sempre.
Somando tudo isso ao fato de que a maternidade é vista como uma das principais barreiras para as mulheres avançarem em suas carreiras, quais os caminhos para garantir a liberdade da escolha entre decidir ser mãe ou não?
Penso o tempo todo em como fazer a diferença dentro desta matrix. Qual meu papel como líder feminina dentro da Prosperidade? Como garantir que todos que estão aqui tenham boas histórias para contar quando o assunto for o nascimento ou adoção de um filho e a transformação de suas vidas para sempre?
Gerar e parir um filho é uma das experiências mais transformadoras e potentes na vida de uma mulher. Um mergulho em águas desconhecidas, e que, ao mesmo tempo, se torna uma das melhores escolas da vida.
Tem um vídeo que me emociona muito toda vez que eu assisto e que quero compartilhar aqui pra ilustrar um pouco mais sobre essa ideia dos motivos pelos quais a maternidade é um assunto para todos.
Quando penso nas minhas e nas habilidades de tantas mães que conheço, só consigo enxergar benefícios para as empresas que possibilitam essa contratação.
Algumas dessas habilidades adquiridas e potencializadas na maternidade são:
Trabalhando a cultura organizacional da Prosperidade, tenho estudado muito para criarmos uma empresa que garanta cada vez mais segurança psicológica, respeito entre as relações etc.
Fiquei tão feliz ao perceber que aqui homens não ganham mais que mulheres, os contratos são baseados em tipos de prestação de serviço – e não em gêneros.
E, mesmo sendo uma cultura remota, os valores acordados não têm a ver com o local onde a pessoa mora; normalmente temos como base a cidade de São Paulo. Me lembrei e me orgulhei que um dos colaboradores que tivemos se mudou para Alagoas porque entendeu que lá conseguiria viver de maneira muito mais confortável, já que o custo de vida era inferior ao que ele estava acostumado em SP.
Quando eu e meu sócio fundamos a Prosperidade, a intenção foi exatamente garantir o equilíbrio na criação de nossos filhos. (Para quem ainda não sabe, eu e Luiz, além de sócios, somos casados e pais do Benicio e do Miguel).
Trabalhando remotamente e de maneira flexível, não preciso escolher entre ser mãe ou profissional. Com autogestão, gerenciamento de tempo e autonomia – habilidades que todos que querem trabalhar remotamente precisam ter –, descobri que é possível ser as duas coisas.
Então, pensando em tudo isso, entendi que nossa grande bandeira está especialmente na equidade de gênero.
Por isso, apesar de este ser um post para falar sobre mães e trabalho, ele não é só isso.
É o primeiro passo que demos para uma campanha que contará com algumas rodas de conversa e diálogos para pensarmos na nossa primeira Política, que será a de Parentalidade.
Dialogar é o primeiro passo para encontrar boas soluções.
Deixo aqui algumas sugestões de empresas que fomentam conteúdos sobre o assunto e que têm sido referências importantes sobre os caminhos da cultura organizacional que queremos seguir na Prosperidade. Podem te inspirar também!
A B2Mamy é uma socialtech que conecta mães e mulheres em comunidade, tornando-as líderes e livres economicamente por meio de educação, empregabilidade e pertencimento.
A Filhos no Currículo convida empresas a repensarem as suas relações de trabalho e desconstruírem vieses para que se tornem um lugar inspirador onde pessoas queiram entrar, estar e construir uma carreira.
O Movimento Mulher 360 e suas 100 empresas associadas trabalham ativamente para acelerar o avanço da equidade de gênero no segmento corporativo ao viabilizar a compreensão dos desafios para a progressão das carreiras femininas e desenhar melhores práticas para superá-los, sistematizar e disseminar esta inteligência construída coletivamente para influenciar o avanço do tema na sociedade.
A Maternidade nas Empresas conscientiza o acolhimento de mães, pais e figuras parentais no universo corporativo. Ao aumentar o engajamento e a produtividade, ela contribui para a criação de um ambiente psicologicamente seguro, em que todas as pessoas se sintam pertencentes, o que favorece a inovação.
O Grupo Womby nasce do ventre potente de outras empresas que, juntas, formam o maior ecossistema de maternidade no Brasil. Um grupo de impacto social focado em transformar a relação do trabalho e das mães a partir de três perspectivas: mercado corporativo, empreendedorismo e Big Data.
Em breve a Prosperidade também vai poder figurar em listas como esta! Termino este artigo com uma reflexão importante trazida pela Bruna Marques em seu LinkedIn:
“Todo mundo nasceu de uma mãe.
O futuro da humanidade são as pessoas, e quem está colocando essas pessoas no mundo são as mães. Para sua empresa ter clientes no futuro e, consequentemente, lucrar… Adivinha?
Portanto, a maternidade é assunto de todo mundo.
Maternidade e carreira, equidade de gênero no mercado de trabalho, equiparação salarial, licença parental, políticas públicas, creches, etc.
Você, que não é mãe, se sente responsável pelo tema?”