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Como colocar a Comunicação Não Violenta em prática no mundo corporativo

Como colocar a Comunicação Não Violenta em prática no mundo corporativo

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Tempo de leitura: 6 min

31 de Março de 2023 | 10:00

 

A Comunicação Não Violenta já tinha sido citada no workshop de Patrícia Taufer, sobre como se comunicar melhor no ambiente corporativo. Lá, ela abordou esse assunto ao falar sobre as conversas “difíceis” e como podemos evitar que elas se tornem agressivas.

A CNV, como também é chamada, pode ser usada virtualmente em todas as relações humanas.

Pensando nisso, a Prosperidade Conteúdos trouxe para sua equipe o workshop “CNV no mundo corporativo”, com a palestrante Andrea Andrade.

Ela foi diretora de escola por 22 anos e hoje atua como consultora educacional de gestores, principalmente voltada para o autoconhecimento e o desenvolvimento de habilidades socioemocionais. Ela também é terapeuta no Guia da Alma.

Nessa conversa, ela abordou os principais pilares apontados pelo psicólogo norte-americano Marshall Rosenberg, que criou o conceito da CNV e mostrou como pequenas mudanças de hábitos, contínuas e conscientes, podem fazer grande diferença.

Neste artigo vamos compartilhar todas essas ideias tão valiosas, em um mundo que requisita cada vez mais pessoas com saúde mental em dia e com as soft skills necessárias para entregar resultados melhores. Venha com a gente nesta jornada!

O que é Comunicação Não Violenta (CNV)?

Esse conceito foi estruturado pelo psicólogo Marshall Rosenberg, que o definiu assim:

"A comunicação não violenta é um modo de ser, de pensar e de viver. Seu propósito é inspirar conexões sinceras entre as pessoas, de maneira que as necessidades de todas sejam atendidas, por meio da doação compassiva. Podemos dizer que a CNV é o idioma da compaixão, mas, na verdade, ela é uma linguagem da vida na qual a compaixão surge naturalmente, já que está naturalmente em nossa essência." 

Em outras palavras, a CNV:

  • É uma ferramenta ou processo de comunicação empática e genuína que permite comunicar com clareza e ajuda a construir uma relação de confiança entre pessoas e times.
  • Para acontecer, é preciso uma mudança de foco: das necessidades exclusivas individuais para o cuidado comigo e com os outros.
  • E, quando acontece, aumenta não só a clareza e eficiência da comunicação, mas também cria conexões mais fortes e profundas com as pessoas e aumenta a disposição para escutar, cooperar e apoiar uns aos outros.

Andrea destacou que a capacidade de nos conectarmos de forma empática com os outros está dentro de nós. Mas, para isso, precisamos acordá-la, não viver apenas no piloto automático – ela depende de uma tomada de decisão pessoal.

“A CNV é uma estratégia e ao mesmo tempo é uma jornada. Vamos evoluindo um pouquinho a cada dia. Mas a gente sai do lugar de violência na linguagem e vai para um lugar de ter entendimento e mais clareza”, disse a palestrante.

Onde a CNV pode ser aplicada?

A Comunicação Não Violenta pode ser aplicada em todos os relacionamentos. A terapeuta citou como exemplos os principais:

  • nos relacionamentos afetivos;
  • com os filhos;
  • na família;
  • no desenvolvimento pessoal;
  • na educação;
  • no trabalho.

Como praticar a CNV no ambiente de trabalho?

O principal é propor, no dia a dia, momentos de escuta ativa, em que as pessoas podem expressar-se com honestidade e ser recebidas com empatia. Daremos exemplos concretos nos próximos tópicos.

O importante é que, quando existe Comunicação Não Violenta no ambiente de trabalho, a equipe vai estar caminhando por um objetivo comum, em sinergia. A atmosfera fica muito mais saudável. E, consequentemente, a produtividade até aumenta.

Ao praticar a CNV, conseguimos alcançar vários objetivos no ambiente de trabalho:

  • lidar melhor com conflitos e com mensagens difíceis de ouvir;
  • mudar o foco para o outro;
  • expandir a inteligência emocional;
  • desenvolver empatia e escuta ativa;
  • buscar conexão genuína com outras pessoas;
  • comunicar com mais clareza.

Como estamos nos comunicando?

Imagem mostra duas mulheres conversando, sorridentes, com flores saindo de suas bocas.

Existem duas formas principais de comunicação, que ela ilustrou com o que é conhecido, na CNV, como “linguagem do lobo” (ou chacal) e “linguagem da girafa”.

1) Comunicação que gera desconexão, conflitos e desentendimentos.

Nesta forma existe disputa pelas dores, julgamentos, acusações e roubo de protagonismo do outro.

Aqui vale uma explicação: um exemplo de roubo de protagonismo é quando uma pessoa começa a falar sobre uma situação dela, interrompendo a experiência que a outra pessoa está trazendo.

Um dos pilares da CNV é a escuta genuína. “É preciso treinar a escuta para que a gente realmente se faça presente no que está vivo no outro”, disse Andrea.

Essa comunicação que gera conflitos usa a “linguagem do lobo”: acusativa, reativa, julgadora, autoritária, que faz exigências e culpabiliza. É altamente reativa. Representa nossas reações automáticas. 

2) Comunicação que gera conexão.

Nesta comunicação estão presentes:

  • o não julgamento;
  • a abertura ao diálogo;
  • a empatia;
  • a escuta profunda;
  • o cultivo de relações;
  • o gerenciamento de emoções.

Essa comunicação que gera conexão é a da “linguagem da girafa”, que foi escolhida como símbolo da CNV por ser o mamífero com maior coração: tem respostas mais conscientes, é empática, conciliadora e não julgadora.

“A comunicação consciente e colaborativa com a CNV é uma ferramenta que permite uma nova maneira de nos comunicar com mais assertividade, eficiência, empatia, cuidado e autenticidade”, definiu a educadora.

Primeiro, a pessoa que usa a comunicação da girafa olha para dentro, observa o fato sem julgar ou interpretar. Depois, olha os sentimentos que aquele fato proporcionou. Em seguida, considera as necessidades. Por fim, faz os pedidos e busca soluções, não confusões. 

Exemplos de comunicações do lobo e da girafa no trabalho:

Imagine a seguinte situação. A reunião estava marcada para as 15h, mas você só chegou às 15h40.

O gestor que usa a linguagem do lobo, reage no automático, com violência inclusive no gestual e no tom de voz. Diz coisas como:

– Mais atrapalha que ajuda.

– Não tem comprometimento.

– Você é uma irresponsável.

Mesmo que você tenha tido um imprevisto que justificasse o atraso, você é recebida dessa forma agressiva, sem espaço para se explicar.

Já o gestor que usa a linguagem da girafa segue os quatro passos da CNV:

1- Observa o fato, que é o atraso de 40 minutos na reunião.

2- Verifica o sentimento próprio diante desse fato: “Eu me senti irritado com o atraso”.

3- Estabelece a necessidade real diante do fato e do sentimento: “Ter comprometimento é importante para mim”.

4- Por fim, faz um pedido a partir daquela necessidade: “Você consegue ser pontual na próxima?”.

O que chega até o interlocutor é o pedido, já filtrado, antes, pela observação do fato, o sentimento e a necessidade.

“É importante que a gente aprenda a distinguir as necessidades dos sentimentos. É preciso sair do sentimento, que é como uma areia movediça, e enxergar qual é a necessidade que eu gostaria que fosse atendida. Isso impulsiona para os próximos passos”, explicou Andrea.

Como superar os desafios da prática da CNV?

São muitos os desafios para praticar a CNV, mas, a partir da nossa intencionalidade e autorresponsabilidade, este é um caminho possível. É preciso:

  • desconstruir o jeito automático de relacionar;
  • sair da acusação e dos julgamentos/rótulos;
  • permitir-se se apresentar vulnerável;
  • derrubar muros e construir pontes.

E você, está preparado para substituir a comunicação reativa, automática, movida apenas pelos sentimentos e possivelmente violenta por uma que gere conexões genuínas com seus interlocutores? Que tal colocar isso em prática no ambiente de trabalho de uma vez por todas? ;) 

Você também vai gostar deste texto: Veja estratégias para lidar com a procrastinação

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