Não faz tanto tempo assim que os sites chegavam a enfiar até 20 vezes uma mesma palavra-chave em um começo de texto com o único objetivo de atrair o algoritmo do Google para lá e tentar aparecer bem nos resultados de buscas.
O resultado disso é que os textos ficavam feios, truncados, muitas vezes até sem sentido. Eram, claramente, textos escritos para robôs, não para pessoas.
Mas o Google não quer entregar um texto nonsense para um leitor. Ele quer que alguém tenha sua dúvida efetivamente sanada ao clicar em um dos mais bem posicionados textos da página de resultados depois de pesquisar alguma coisa.
Ele quer entregar uma boa experiência para o usuário.
E é isso o que a gente, enquanto usuário, quer também, certo? Queremos buscar alguma coisa no Google e efetivamente encontrar, como resposta, um texto bem escrito, claro, informativo, que esclareça aquela pergunta inicial.
É com isso em mente que o Google faz atualizações em seu algoritmo – as regras de seu programa, que estão por trás de toda essa mágica –, para torná-lo o mais eficaz possível.
Neste artigo vamos conhecer as principais atualizações que já foram feitas por essa empresa, que responde por 92,4% do mercado mundial de mecanismos de buscas.
O Google faz atualizações diárias. Isso mesmo: diárias.
Essas atualizações são ajustes que o maior buscador do mundo faz para tornar seu algoritmo mais eficiente. Vejam o que escreveu o Google sobre isso em 2019:
“Praticamente todos os dias, o Google lança pelo menos uma alteração para melhorar os resultados da pesquisa. A maioria dessas mudanças não é perceptível, mas ajuda no nosso processo de aprimoramento contínuo.”
De vez em quando, no entanto, o Google faz mudanças mais radicais no seu algoritmo. Mudanças que, de tão significativas, alteram até mesmo o tráfego orgânico dos sites. Essas atualizações maiores podem acontecer “várias vezes por ano”.
O Google possui, hoje, mais de 200 fatores de ranqueamento. Ou seja, mais de duas centenas de critérios para definir se um site merece estar na primeira posição da página de resultados de buscas ou não.
As alterações maiores muitas vezes alteram radicalmente esses critérios.
Elas são comunicadas pelo Google (nem sempre, mas ultimamente sim) e ganham até apelidos. A seguir, vamos conhecer as principais.
Esta foi a primeira grande atualização, feita em 2003. Foi ela que acabou com aquele truque terrível que alguns sites usavam para colocar um zilhão de palavras-chaves espalhadas pelo texto para tentar ranquear bem.
Ajudou, portanto, a melhorar a qualidade dos sites em geral e punir aqueles que não estavam entregando o que prometiam.
Foi a primeira atualização que começou a punir o mau uso de links pelos sites, numa tentativa de serem melhor posicionados pelo Google.
Práticas como compra de links ou fazenda de links (plante um na minha que eu retribuo com um na sua) começaram a ser punidas. Isso já em 2005.
A atualização foi realizada em 2011 e, de novo, punia sites com baixa qualidade, com o intuito de melhorar os resultados das buscas. O Google escreveu na época:
“Estamos muito empolgados com essa nova melhoria no ranking porque acreditamos que é um grande passo na direção certa para ajudar as pessoas a encontrar uma qualidade cada vez maior em nossos resultados. Estamos lidando com esses problemas há mais de um ano e trabalhando nessa mudança específica nos últimos meses. E estamos trabalhando em muitas outras atualizações que acreditamos que melhorarão substancialmente a qualidade das páginas em nossos resultados.”
Lançada em 2012, também penalizava sites que usavam truques para tentar enganar o algoritmo do Google, como o excesso de palavras-chave, conteúdos duplicados e fazendinha de links.
Tinha site que até colocava palavras-chave ocultas (por exemplo, escritas na mesma cor do fundo da tela) só para tentar atrair os robôs.
O recado dessa atualização foi: o Google não é bobo, gente!
Foi uma revisão completa feita no algoritmo do Google, em 2013, com o objetivo de melhorar a entrega dos resultados de acordo com a intenção de busca dos usuários.
Para isso, foram incluídos vários outros fatores de ranqueamento importantes, voltados para o conteúdo.
No ano seguinte, o HTTPS (sites com informações criptografadas) tornou-se um fator de ranqueamento também, com o objetivo de aumentar a segurança na internet.
Também foi em 2014 que o Google fez essa atualização, que ficou conhecida como uma das mais importantes. Ela passou a priorizar resultados mais próximos do local onde o usuário vive, especialmente em buscas relacionadas a negócios. A mudança também afetou a forma como os resultados apareciam no Google Maps.
Aparentemente, o Google passou a considerar de modo mais relevante a localização do usuário como um fator de ranqueamento de busca.
Em 2015, essa atualização passou a considerar que os sites devem ser mobile friendly – ou seja, adequados para o uso por dispositivos móveis, como smartphones – para ranquear bem.
Em 2017, essa atualização voltou a penalizar sites com baixa qualidade e excesso de anúncios.
No ano seguinte, essa atualização passou a valorizar ainda mais a autoridade dos sites como fator de ranqueamento.
Ela ganhou esse apelido porque os sites de saúde foram os mais afetados. O Google deu o recado: saúde é uma coisa importante demais para que conteúdos a respeito sejam escritos por gente que não entende nada do riscado.
Mas não afetou só as páginas de saúde. Com essa atualização, a autoria dos artigos em todos os tipos de sites passou a ser mais valorizada.
Quando o Google percebe que um especialista em SEO está escrevendo sobre o tema, por exemplo, vai ranquear melhor o texto dele.
O acróstico se refere a Expertise, Autoridade (ou reconhecimento) e Credibilidade (ou confiança), três conceitos que passaram a ganhar ainda mais importância como fator de ranqueamento pelo Google. A atualização é de 2019.
Ainda em 2019, o Google fez uma atualização que tornou a confiança do leitor no conteúdo um fator importante de ranqueamento.
Poucos dias depois, uma nova mudança gerou impacto para grandes portais que apareciam com inúmeros links na primeira página de resultados: com essa atualização, o Google limitou a 2 o número de links de um mesmo site nessa importante vitrine.
No fim de 2019, o Google anunciou a atualização BERT, primeiro só para sites em inglês e depois para várias outras línguas.
Com essa atualização, o Google incorporou o NLP (processamento de linguagem natural, em português), que é um ramo da inteligência artificial, no seu algoritmo. A intenção era tornar o entendimento das pesquisas o mais próximo possível de como os humanos pensam.
“A pesquisa será capaz de entender o contexto das palavras em sua consulta. Você poderá pesquisar de uma maneira que pareça natural para você”, explicou o vice-presidente do Google, Pandu Nayak, em um longo texto na época.
Essa foi considerada a principal atualização do Google desde 2014.
Desde maio de 2020, as Core Web Vitals foram incorporadas ao Googlebot, o algoritmo do Google responsável pela classificação dos resultados das pesquisas.
Elas são indicadores essenciais para uma boa experiência de página. Ou seja, fatores que beneficiam a navegação do usuário e podem ser mensurados.
São divididas em três áreas da experiência do usuário:
O Google usa três métricas para medir as Core Web Vitals de um site: Largest Contentful Paint (LCP), Cumulative Layout Shift (CLS) e First Input Delay (FID).
A atualização aconteceu em 2021 e trouxe punição para sites que não seguiam as práticas recomendadas pelo Google para uso de links.
Por exemplo, colocavam links de afiliadas para gerar receita para o site sem estarem qualificados como links patrocinados.
O Google foi bem explícito em seu recado, no texto que explicou a atualização:
“Como sempre, os proprietários de sites precisam conferir se estão seguindo as práticas recomendadas para links, sejam eles de entrada ou de saída. É melhor focar na produção de conteúdo de alta qualidade e na otimização da experiência do usuário em vez de manipular links. Inclua tags adequadas nos links do seu site e de afiliados para aumentar o reconhecimento e gerar receita.”
Foi uma das grandes atualizações mais recentes do Google, anunciada em agosto de 2022.
Com o Google People-First update, a empresa de tecnologia passou a priorizar conteúdos feitos de pessoas para pessoas. Ou seja, aquele que é escrito pensando realmente no usuário que vai ler, não com o intuito de agradar robôs de mecanismos de buscas.
Isso não significa que você precise esquecer as boas práticas de SEO. Nas palavras do Google:
“Os criadores de conteúdo focados nas pessoas priorizam a criação de conteúdo satisfatório e, ao mesmo tempo, usam as práticas recomendadas de SEO para agregar mais valor aos usuários.”