Se você trabalha com marketing de conteúdo, provavelmente já ouviu falar no GPT-3.
Ao ser lançada, em 2022, essa ferramenta fez tremer o mercado de produção de conteúdo.
Isso porque parte de uma base de dados para gerar novos textos. O frenesi foi tanto que muitos profissionais começaram a questionar a possibilidade da substituição de profissionais criativos pelos robôs em um futuro próximo.
Além disso, assustou alguns gigantes do mercado, como o próprio Google, já que a inteligência artificial conhecida como ChatGPT funciona de uma maneira muito similar a um mecanismo de busca.
Mas, afinal, o que é o GPT-3 e por que essa ferramenta ganhou tanto destaque? Ela pode realmente mudar o cenário da criação de conteúdo para web? E como ela pode acelerar os processos dessa atividade? As respostas para essas e outras perguntas você encontra neste artigo.
GPT-3 é a terceira versão de uma ferramenta de inteligência artificial generativa programada para aprender e gerar qualquer tipo de texto utilizando a internet como base de dados. Em outras palavras, uma plataforma para responder perguntas ou solicitações.
Isso significa que, quando alguém solicita algo para a ferramenta, ela traz uma resposta original. Ou seja, não copia uma resposta pronta, mas utiliza mais de 175 bilhões de parâmetros para escrever algo novo.
É importante dizer que a plataforma é uma evolução de sua antecessora, GPT-2, que possuía 1,5 bilhão de parâmetros. Especula-se que a próxima versão, o GPT-4, tenha 1 trilhão de parâmetros.
O ChatGPT é uma ferramenta-irmã que funciona de maneira muito similar ao GPT-3. Contudo, em um formato de chatbot, que permite a conversação contínua ao armazenar as informações das solicitações anteriores do usuário.
A Microsoft pretende, em breve, adicionar o ChatGPT ao seu mecanismo de busca, o Bing, (Bloomberg, 2023), o que é visto como uma ameaça à soberania do Google.
O GPT-3 foi criado pela OpenAI, uma empresa cujo objetivo é acelerar o desenvolvimento da inteligência artificial e promover sua adoção de forma responsável. Ela foi fundada em 2015 por um grupo de pesquisadores, investidores e empresas, como Elon Musk (Tesla), Sam Altman (Y Combinator), Greg Brockman (Stripe), Reid Hoffman (LinkedIn) e Peter Thiel (PayPal).
O OpenAI se identifica como uma organização sem fins lucrativos que visa beneficiar a humanidade por meio de sua pesquisa. Por isso, suas patentes possuem código aberto, funcionando como um API para outras ferramentas.
A empresa também é responsável por outros transformers populares, como o DALL-E e o Point-e.
O GPT-3 ganhou muito destaque na mídia por ter aberto sua funcionalidade ao mundo em 2022.
Por um lado, os usuários ficaram impressionados pela capacidade de comunicação da plataforma, que responde a boa parte das solicitações diretamente, sem a necessidade de acessar links ou ler artigos densos.
Por outro, fez brilhar os olhos dos profissionais de marketing e produtores de conteúdo, pois é capaz de criar peças textuais, como artigos, anúncios, mensagens de email, histórias curtas, roteiros de vídeo e outras funcionalidades como tradução, programação e elaboração de diagramas.
O que também pode ser um grande risco à qualidade da informação, já que a ferramenta é imperfeita e muitas vezes traz dados desatualizados ou informações inverídicas.
Não há nenhuma dúvida que o GPT-3 (e suas versões futuras) podem auxiliar na produção de conteúdo.
Afinal de contas, a automação de processos de escrita pode acelerar diversas estratégias de marketing digital, que atualmente necessitam da inteligência humana para criação.
Contudo, essa é uma questão polêmica. Por um lado, há aqueles que acham que as máquinas não são capazes de reproduzir a criatividade humana e, portanto, não criam textos adequados para o consumo.
Do outro lado da balança, estão os que pensam diferente. Para estes, a inteligência artificial atingiu um nível de capacidade de produção de textos muito similar ao humano, podendo já ser utilizada para campanhas de marketing, jornalismo e outros conteúdos textuais.
Há, ainda, um grupo de pessoas que acreditam que o GPT-3 serve como uma ferramenta auxiliar para quem escreve, mas não funciona como um substituto.
De todo modo, é preciso ter em mente que esse tipo de tecnologia cresce de maneira exponencial. Ou seja, seu desenvolvimento é acelerado. A prova disso são as especulações acerca do número de parâmetros que serão utilizados no GPT-4.
É por isso que deve-se utilizar esse recurso com cuidado. Segundo o Google, por exemplo, o uso de textos sintéticos em blog posts são passíveis de punição. Se o algoritmo é capaz de identificá-los, é outra história.
A seguir, veja algumas formas de utilizar o GPT-3 na produção de conteúdo. Mas, por uma questão ética, não será incentivado o uso integral dos textos gerados pela plataforma.
O GPT-3 é uma ótima fonte para obtenção de ideias. No exemplo a seguir, solicitei 15 ideias de título de conteúdo para blog no segmento de moda.
Perceba que, mesmo que algumas das pautas não sejam as melhores, é um bom ponto de partida para se inspirar em um calendário editorial para blog. A mesma lógica se aplica para conteúdos em redes sociais, email ou ações de materiais ricos, por exemplo.
Criadores de conteúdo muitas vezes se deparam com o temido bloqueio criativo. O GPT-3 pode auxiliar ante esse desafio. No exemplo abaixo, solicitei que a ferramenta inicie um texto sobre câncer de mama.
Para os momentos em que a criatividade falha, pode ser uma boa ideia usá-lo como aliado.
Em determinadas ocasiões, é possível aplicá-lo, também, para a criação de listas ou subtópicos.
Outra usabilidade interessante do transformer diz respeito às palavras-chave. É sabido que, em SEO, é preciso selecionar termos de pesquisa para ranqueamento nos mecanismos de busca. O GPT-3 pode ajudar na hora de encontrá-los, embora haja uma limitação do banco de dados, que só vai até 2021.
É claro que uma pesquisa de palavras-chave leva em consideração muitos outros fatores, como volume, dificuldade de ranqueamento e intenção de busca. Contudo, esse pode ser um bom ponto de partida para realizá-la.
Quando um redator escreve um texto, ele busca por inúmeras referências para criar o melhor conteúdo possível. Contudo, ele precisa acessar diversas páginas e pesquisar a informação que deseja. O GPT-3 pode auxiliar na realização da pesquisa.
Aqui, contudo, é preciso ter cuidado extra. Isso porque as informações disponibilizadas nem sempre são confiáveis ou atuais. Por isso, a checagem se faz necessária.
Muitas vezes uma frase não atinge as expectativas do redator. Com o GPT-3, é possível solicitar uma outra abordagem para transmitir a mensagem.
O exemplo acima é uma frase simples, mas a ferramenta é capaz de reescrever parágrafos ou textos inteiros. Essa é uma boa maneira de reestruturar frases ou simplesmente encontrar sinônimos.
Um recurso muito interessante do GPT-3 é a mudança no tom de voz. No mundo do marketing, é muito comum que os textos precisem se adaptar a uma persona. A ferramenta ajuda a recriar textos voltados a públicos com preferências distintas.
O GPT-3 também pode funcionar como uma ferramenta de correção ortográfica. Contudo, é preciso ter em mente que o recurso não é à prova de falhas.
Outra funcionalidade interessante do GPT-3 é a tradução. Ela pode auxiliar o criador tanto na compreensão de frases e textos quanto servir para traduzir citações, por exemplo.
O GPT-3 pode acelerar os processos de criação de conteúdo. Apesar disso, é preciso utilizar a consciência, pois pode haver um preço ao utilizar uma ferramenta tão poderosa.
Se você tem interesse na produção de conteúdo, provavelmente também gostará de saber como funcionam as etapas de criação de uma estratégia de conteúdo. Então leia também este artigo e descubra como elaborar a sua própria.