“Você está excluindo conteúdo do seu site porque acha, de alguma forma, que o Google não gosta de conteúdo ‘antigo’? Isso não é verdade! Nossas diretrizes não dizem isso. O conteúdo antigo também pode ser útil”.
A frase anterior foi postada em agosto por Danny Sullivan, relações públicas da Rede de Pesquisa do Google, no Twitter. E ela causou um verdadeiro alvoroço nas comunidades de SEO ao redor do mundo.
Afinal, a prática conhecida como content pruning (poda de conteúdo) é comum na área de otimização. Todos os meses, milhares de blog posts são deletados na tentativa de agradar os algoritmos dos mecanismos de busca.
A controvérsia ocorreu após a revelação de que a CNET, um dos maiores sites de mídia americano, apagou milhares de artigos baseando-se em métricas como visualizações, backlinks e idade da página desde a última atualização.
Além de evitar a canibalização de palavras-chave (quando duas páginas ranqueiam para o mesmo termo de pesquisa), há um conceito bem simples que incentiva a remoção de conteúdos antigos.
Quando o Google realiza a varredura da web em busca de resultados para a pesquisa do usuário, há um gasto. Quando as páginas que correspondem à intenção de busca são armazenadas, também. Então, segundo a lógica, ao evitar que o Google rastreie conteúdos “inúteis”, um site estará ajudando o Googlebot.
O Google possui uma cartilha para explicar aos criadores de conteúdo o que é um conteúdo útil, criada após a implementação do sistema Helpful Content, lançado em 2022.
Entre as indicações, há uma série de perguntas e recomendações a se fazer para avaliar a qualidade do conteúdo, como a priorização de textos redigidos para pessoas, as diretrizes E-E-A-T e a importância das fontes.
Contudo, não há uma só palavra relacionada ao conteúdo inútil. Afinal, o que seria assim definido?
Talvez uma notícia antiga? Ou, quem sabe, um artigo raso, sem informações aprofundadas sobre um tema? Poderia um conteúdo inútil ser aquele que não gera tráfego?
A verdade é que, em todos esses casos, há contestação. Uma antiga notícia poderia ter utilidade para arquivo. Um artigo raso pode ter serventia para alguém iniciante em um tema. E o fato de um conteúdo não gerar alto volume de tráfego não significa que seja dispensável.
Uma coisa é certa: existem conteúdos que não deveriam estar no site. É o caso de produtos descontinuados, vagas preenchidas, perfis de profissionais que não fazem mais parte da empresa ou landing pages que não levam a lugar algum.
O debate entre Sullivan e os profissionais de SEO no Twitter não parou por aí. Um usuário pergunta: “E se ele (o conteúdo) for antigo, tiver links quebrados, não for mais relevante e não for mais útil — não devemos nos preocupar com isso?”.
Danny é direto em sua resposta:
“A página provavelmente não terá uma boa classificação. Removê-la pode significar que, se o seu site for enorme, poderemos rastrear melhor outros conteúdos do site. Mas isso não significa que vamos pensar ‘ah, agora o site inteiro está muito melhor’ por conta da remoção de uma página individual”.
Outro usuário continua a conversa, dessa vez acionando John Mueller, principal porta-voz da empresa. “E se eu deletar o conteúdo que agora é antigo e desatualizado?”, questionou.
Sobre isso, Mueller diz:
“Remova o que não deseja manter. A manutenção e limpeza regulares são benéficas. Mas não pense que excluir algo apenas porque é antigo melhorará magicamente o SEO do seu site. De maneira similar, lembre-se que o fato de algo não ter muitas visualizações não significa que não seja útil. Concentre-se no valor exclusivo, não na idade, no número de visualizações etc.”.
A discussão entre profissionais do Google e membros da comunidade se prolonga. Tanto Sullivan quanto Mueller afirmam que a prática conhecida como content pruning pode, sim, ser bem-vista pelo buscador.
Contudo, também dizem que a idade do conteúdo não deve ser o único critério de avaliação para tal. Assim como o volume de tráfego.
Em dado momento, Sullivan comenta: “[...] se a poda for a atualização do conteúdo para ser útil, claro, isso é razoável. Mas, pelo histórico, isso infelizmente está sendo confundido com a ideia de que apenas remover o conteúdo que, de algum modo, é ‘antigo’, tornará seu site ‘recente’ e terá uma classificação melhor. O que não é verdade”.
Ao que tudo indica, é preciso estabelecer requisitos manuais para a avaliação de utilidade dos textos. Por enquanto, a única certeza que temos é que agrada ao Google as atualizações, também conhecidas como otimização de conteúdo, prática recorrente na Prosperidade Conteúdos.
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