Em setembro de 2023, o Google completará 25 anos. Poucos meses antes da data, Danny Sullivan, um dos principais porta-vozes da empresa, relembrou uma recomendação descrita nas diretrizes básicas em 2002.
Por meio do perfil @searchliaison no Twitter (usado para trazer insights sobre o funcionamento do buscador) , ele escreveu : “Crie páginas para os usuários, não para os mecanismos de busca. Nosso melhor conselho continua o mesmo mais de duas décadas depois. Para ter sucesso na pesquisa Google, concentre-se no conteúdo que prioriza as pessoas”.
Para confirmar isso, postou também duas imagens. A primeira delas um screenshot das diretrizes de qualidade das páginas utilizadas pelo Google há 20 anos:
Transcrição: “Diretrizes de qualidade - Princípios básicos (2002)
É interessante notar como, mesmo depois de tanto tempo, os princípios básicos se mantêm válidos. No entanto, ainda existem páginas que utilizam hacks para conseguir um melhor posicionamento nos mecanismos de busca.
Naturalmente, ao longo de mais de duas décadas, o algoritmo se desenvolveu. Alguns dos truques citados nas três diretrizes hoje são facilmente detectados e punidos pelo Google.
A começar por técnicas de black hat que, no passado, eram capazes de manipular os resultados. Um bom exemplo era o keyword stuffing, que consistia em repetir diversas vezes uma mesma palavra-chave em uma página.
Naquela época, era comum encontrar páginas com o termo-alvo reiterado em várias oportunidades, muitas vezes na mesma cor do plano de fundo ou ocultos por imagens e outros elementos da web.
Eu me lembro de um conhecido que se gabava por ter realizado centenas de vendas apenas repetindo o termo “comprar suplemento alimentar” uma centena de vezes em sua loja virtual.
Acredito que esse caso seja uma amostra de “apresentar aos mecanismos um conteúdo diferente do que apresenta ao usuário”. Assim como as doorway pages, que redirecionavam automaticamente o usuário para uma nova página alguns segundos após o clique.
É fácil perceber como esse tipo de ação desrespeita as diretrizes agora. Mas, ainda hoje, existem profissionais de SEO que não as compreendem.
Atualmente, algo parecido (embora mais sutil) ocorre com o conteúdo. Na busca pelo ranqueamento, são estabelecidas “regras” de SEO como “repita a palavra-chave principal cinco vezes ao longo do texto” ou “utilize três termos relacionados em subtítulos”.
O resultado disso é, muitas vezes, textos “quadrados” ou pouco informativos. Criados para agradar mecanismos de busca, não pessoas. As técnicas de SEO devem ser respeitadas, mas não devem se sobrepor à experiência do usuário.
O que nos leva à segunda imagem compartilhada por Sullivan, um print screen das atuais diretrizes do novo sistema de conteúdo útil (Helpful Content), adicionado ao algoritmo em 2022:
Transcrição: “Concentre-se no conteúdo que prioriza as pessoas
Conteúdo que prioriza as pessoas representa conteúdo criado principalmente para as pessoas, não para manipular as classificações dos mecanismos de pesquisa.
Como você pode avaliar se está criando conteúdo que prioriza as pessoas? Responder sim às perguntas abaixo significa que você provavelmente está no caminho certo.
Reparou que, apesar de as atuais diretrizes se aprofundarem especificamente no conteúdo, a ideia ainda se mantém ao que foi dito duas décadas atrás?
Por essa razão, é cada vez mais importante considerar o leitor como prioridade. Mecanismos de busca se adaptam às necessidades do usuário, não o contrário.
As páginas que focam nos buscadores (ou nas conversões) acima da intenção de busca das pessoas podem ser penalizadas em algum momento.
Então, fica o questionamento: em sua estratégia de conteúdo, você foca nas pessoas ou nos mecanismos de pesquisa? Deixe o seu comentário para enriquecer o debate. Aproveite e se inscreva na nossa newsletter quinzenal para receber mais conteúdos como este!