As hashtags surgiram com o Twitter em 2007. Dois anos depois, essa rede social passou a transformar em link, automaticamente, toda palavra ou expressão precedida pelo símbolo #.
(A propósito, esse símbolo, popularmente conhecido como “jogo da velha” no Brasil, também é chamado por vários outros nomes: tralha, cerquilha, antífen, octótropo, cancela e cardinal.)
De lá pra cá, o uso das hashtags se popularizou muito, tanto entre usuários quanto entre marcas, que viram o potencial desses links para promover campanhas, emplacar produtos ou gerar engajamento.
Em 2011, o Instagram passou a usar as hashtags. Em 2013, Facebook e Flickr também aderiram.
O uso das hashtags foi se profissionalizando até chegar ao ponto em que, neste ano de 2022, segundo uma pesquisa feita pelo HubSpot com mais de mil profissionais do marketing, 82% deles disseram usar hashtags como parte de sua estratégia no Instagram.
Segundo o guia de melhores práticas do Twitter no uso de hashtags, as marcas que utilizam essa estratégia na rede social veem aumentos em todo o funil de marketing, tendo ganhos de 8% no reconhecimento da marca e de 3% na intenção de compra.
Ou seja, é inescapável: as hashtags já são parte fundamental da estratégia do marketing digital.
O importante é saber usá-las de forma inteligente e interessante para contribuir com a experiência do seu público. Neste artigo mostraremos como!
Quando uma pessoa coloca o símbolo do jogo da velha (#) antes de uma palavra, essa palavra vira automaticamente um link para as redes sociais. Quem clicar naquele link, que é chamado de hashtag, vai acessar todos os posts que usaram a mesma hashtag.
Ou seja, as hashtags agrupam determinados assuntos ou tópicos, fazendo com que as pessoas interessadas naqueles temas possam acessar, pelo mesmo link, vários posts relacionados.
Funcionam, portanto, como um grande (e eficiente) funil, por onde vai entrar apenas o público interessado naquele assunto.
As hashtags são usadas em posts de redes sociais.
Elas surgiram no Twitter, lá em 2009, que foi pioneiro nesse conceito. Mas hoje também estão presentes no Instagram, Facebook, LinkedIn, TikTok, Pinterest, YouTube, e todas as outras.
Inclusive algumas dessas redes sociais, como Instagram e LinkedIn, permitem que o internauta siga a hashtag, assim como pode seguir as postagens de outra pessoa.
Ou seja, toda vez que alguém posta sobre aquele tema, usando uma hashtag específica, o seguidor pode acompanhar.
Hashtags são usadas no marketing digital para alcançar diversos objetivos práticos.
Por exemplo:
A primeira dica é: não polua seu post com dezenas de hashtags. Pense que você, como internauta, não gosta de ler posts desse jeito, certo?
O Twitter tem limite de 280 caracteres por post, que inclui os caracteres usados em uma hashtag. O Pinterest, de 500. Por isso, nessas redes sociais, a dica é usar no máximo três hashtags por post. O Twitter, aliás, oficialmente recomenda o uso de no máximo duas por tweet.
No Instagram, que tem mais espaço para “textões”, existe um limite de uso de até 30 hashtags por post. Mas o ideal é usar no máximo de cinco a dez. Segundo aquela pesquisa do HubSpot que já citei, 62% dos profissionais de marketing usam entre 4 e 9 hashtags em um post de feed do Instagram.
Independentemente da rede social, o importante é que a quantidade de hashtags faça sentido, e seja proporcional ao tamanho do texto, ou isso pode acabar prejudicando a experiência do usuário, e virando um tiro no pé.
Pega muito mal escrever qualquer texto com erros ortográficos, e isso inclui as hashtags! Se você trocar letras na hora de digitar, o risco é grande de que você perca o principal propósito do uso de hashtags, que é fazer com que as pessoas te encontrem a partir daquele assunto. Por exemplo, ninguém vai buscar pela hashtag #marktingdigital, sem a letra “e”. E o post vai cair num vácuo…
Pela mesma razão, o ideal é evitar o uso de palavras com acento ou cedilha, se for possível substituí-las por sinônimos. Ainda que na internet seja aceitável as hashtags sem esses elementos.
Tem coisa mais chata que fazer uma busca no Google e, ao clicar no primeiro resultado, descobrir que o conteúdo não tem nada a ver com o que você queria saber?
É o mesmo que você buscar uma hashtag, clicar em um post que usa ela e descobrir que NADA ali diz respeito ao teor da hashtag.
Por exemplo, você quer ver apenas posts sobre #maternidade, mas vai parar em uma publicação que fala sobre ração para cachorro.
OK, tem muita gente que se vê como mãe de cachorro, mas cuidado: sua hashtag tem que realmente dizer respeito ao que você está entregando, ou pode acabar prejudicando seu negócio, em vez de ajudar.
É legal usar a #tbt, que todo mundo usa? Pode ser. Como comentei antes, ao se aproveitar virais que foram parar nos trending topics, uma marca pode aumentar o alcance de seus posts.
Por outro lado, se todas as hashtags que você usar forem essas que caíram nas graças de milhões, pode ser que seus posts se percam no oceano de hashtags que todo mundo está usando, e aí acontecer o contrário: NINGUÉM reparar no seu post.
O ideal é mesclar hashtags mais genéricas, relacionadas ao seu assunto, para tentar atrair quem for fazer buscas correlatas, a outras mais específicas ou criativas.
É isso que a Prosperidade Conteúdos faz em seu Instagram: além de colocar hashtags mais genéricas dentro do seu ramo, como #contentmarketing, que aparece em mais de 6 milhões de publicações, usa outras mais específicas para o assunto de cada post, como #uxwriter (10 mil posts), além da hashtag própria #prosperidadeconteudos, que ajuda a concentrar num só lugar tudo o que a própria empresa/marca produz.
O oposto do que dissemos no tópico anterior também pode ser um problema. Se você usar uma hashtag que ninguém nunca vai pensar em procurar, ela não vai servir de nada.
Por exemplo, em vez de escrever #euadorocomerchocolatecomgranola, que foi usada ZERO vezes no Instagram, talvez seja melhor colocar apenas #euadorochocolate, que já esteve presente em 318 publicações.
Claro que você pode criar uma hashtag do zero também, como uma campanha de um produto novo, mas ela precisa gerar interesse no usuário, para que outras pessoas também queiram usá-la e, aos poucos, ela possa começar a ser citada e procurada.
Lembrando que, pelas redes, é possível testar e ver quais estão sendo mais usadas no momento. O Instagram mostra quantas publicações já foram feitas por aquela hashtag assim que você começa a digitá-la.
Já o Twitter mostra quais estão bombando no momento. Essas sugestões de “correntes” podem funcionar como estratégia de marketing digital, como já apontei acima.
Segundo o HubSpot:
Um exemplo prático: no momento em que fiz este post, busquei no Instagram a hashtag #arvores. Ele me mostrou que há 640.993 publicações com esta hashtag, além de 187.812 com #árvores (com acento). Ou seja, se eu postar algo apenas com essa hashtag, pode ficar perdido em meio a milhares de outros posts.
Mas o número cai para 15.854 no caso de #arvoresnativas e para apenas 419 publicações com a hashtag #arvoresdascidades.
Eu uso esta última como uma campanha ecológica que estimula as pessoas a admirarem as árvores, e ainda funciona como um agrupador de tudo o que é postado na página @arvoresdascidades. Para o propósito dela, é eficaz.
O ideal é que uma hashtag seja fácil de lembrar e de ler e entender. Ao colocar cada palavra nova em caixa alta, a legibilidade aumenta muito.
Por exemplo, é muito mais fácil ler #MiltonNascimento, que comemorou seus 80 anos agora em outubro de 2022 e foi parar nos trending topics do Twitter, do que #miltonnascimento, com duas letras N, em minúscula, emboladas.
Por sua vez, evite hashtags em que todas as letras estão em caixa alta. Além de parecer que você está gritando, prejudica a legibilidade.
Se você criar uma hashtag criativa, interessante, fácil de ler e que agrada ao público, são boas as chances de ela viralizar – levando sua marca junto. Foi o que aconteceu com a famosíssima #sextou, que caiu no gosto do povo em 2018.
Mas a questão da legibilidade aqui, citada no tópico anterior, criou outro problema: ela foi interpretada como “sex to u” (sexo para você) pelos estrangeiros e chegou a fazer várias publicações serem bloqueadas pelo Instagram naquele ano, com medo de pornografia.
Calma, gente, é só o nosso TGIF abrasileirado!
Uma hashtag que está bombando no Twitter não necessariamente está indo bem no Instagram – e vice-versa.
Como já apontado antes, utilize as ferramentas das próprias redes sociais para ver quais hashtags estão desempenhando melhor em cada lugar antes de escolher as ideais para seu post.